domingo, 26 de agosto de 2012

De garçom a lutador do UFC, Formiga vive expectativa da estreia no Ultimate

A contagem regressiva começou para a estreia do quarto representante do Rio Grande do Norte no UFC. Jussier Formiga enfrentará na primeira batalha, no próximo dia 5 de outubro, John Dodson, campeão da 14ª edição do reality americano The Ultimate Fighter (TUF). O confronto será na cidade de Minneapolis, em Minnesota.


O potiguar viajou no início do mês para a cidade do Rio de Janeiro onde fará a parte final da preparação para a luta. Com pouco mais de um mês para entrar no octógono mais famoso do MMA mundial, o ainda morador do humilde conjunto KM6, na zona oeste de Natal, afirma que enfrentará um "internato" até a semana do combate.
- Vou para me preparar especificamente para essa luta. Dois meses de treinamento, num sistema que é praticamente internato. Vou para o treino e volto para casa só para comer. Quero chegar lá na ponta dos cascos -, afirma o lutador que treinará entre quatro e seis horas por dia até pelo uma semana antes da estreia.
Mas a ida aos Estados Unidos não será sua primeira viagem internacional. A carreira de Formiga nos tatames e octógonos da vida já o levaram até o outro lado do mundo, quando em 2009, debutou em uma competição no Japão.
- Quando fui ao japão, eu tive que decidir. Não foi tão fácil como parece, já que era um desconhecido e agora aparece no UFC. É um esforço que, felizmente, foi premiado pelo trabalho ralado de alguns anos, no Sol, na chuva -, relembra.
Curioso é que antes de passar a integrar o time do UFC, o lutador precisava se desdobrar em outros empregos para assegurar o dinheiro para ajudar em casa. Ao lado da mãe, fez bicos como garçom e motoboy pelo fato da luta até então, não serem suficientes para garantir o sustento.
Para quem sonha em um dia entrar no octógono com um contrato com o UFC, Jussier Formiga garante que a fórmula não traz mistério algum para trilhar o caminho que ele percorreu.
- O caminho é só um: acreditar no seu sonho, ralar bastante. Se entregar de verdade, fazer boas lutas e acreditar em Deus - ensina o lutador.
Lutador superou a desconfiança
Com as dificuldades financeiras e o fato de a carreira demorar a decolar, Jussier chegou a questionar se o sonho de ser um lutador teria espaço na dura realidade do dia a dia e do preconceito que enfrentava na época.
Lutador Jussier Formiga faz treinamentos para estreia no UFC (Foto: Artur Dantas/Divulgação)
O lutador afirma que com a profissionalização, a criação de regras mais rígidas, aquilo que poderia parecer uma briga, se mostrou uma união de artes marciais graças a criação do Ultimate Fighting Championship.
- Não imaginava que fosse acontecer tanto para mim pelo preconceito que havia pela luta. As pessoas viam como um esporte marginalizado. Quando o Ultimate foi criado com regras, não é uma briga, passou a ser como judô e taekwondo - explica Formiga.
Os treinos começaram aos 12 anos, quando passou a frequentar uma academia próxima de casa para praticar Jiu-jitsu. O gosto pela luta não tardou a chegar e Jussier incrementou seu estilo com a prática de outras modalidades como Judô, Boxe, Muai Thai e Luta Livre.
A falta de patrocínio era outro problema que preocupou o lutador antes de ele conseguir superar o início difícil no esporte e chegar a posição de destaque ganha com a assinatura do contrato inicial para cinco lutas no UFC. Formiga garante que o sangue potiguar fez a diferença.
- A gente, potiguar, tem muita garra, tem um ímpeto a mais. A cidade não ajuda muito o esporte, não existe apoio, patrocínio. O estado é forte nesse esporte. Se os Governos se envolverem mais, posso garantir que a coisa vai crescer - observa.

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